Vila Itororó

Vila Itororó

Local: Rua Maestro Cardim, 60
Desde: década de  20, século XX
Tombamento: 10/03/2005 (saiba mais)
Horário de Funcionamento: Terça a Domingo, 10h às 19h
Site: www.vilaitoro.org.br

A Vila Itororó é hoje um Centro Cultural que funciona onde o português Francisco de Castro construiu a primeira vila urbana de São Paulo, uma obra de grande valor arquitetônico e cultural para a cidade.

Composta por um palacete e mais 37 casas, a vila foi construída numa área de 4500 m² na Rua Martiniano de Carvalho, 265, usando boa parte do entulho da demolição do Teatro São José, primeiro teatro da cidade, mas que foi destruído em um incêndio. Foi a primeira obra de engenharia brasileira a utilizar material reciclado.

Seu principal uso em quase 90 anos de história foi para moradia, mas a vila foi tornada patrimônio histórico e desapropriada para reforma e fins culturais em 2013. Em setembro de 2021 o complexo arquitetônico foi inaugurado e entregue ao público como centro cultural.

Veja a programação em @vila_itororo.

Obra surrealista

Vila ItororóConcluída em 1922, a vila é a materialização do conceito de surrealismo, caracterizado pelo abstrato, irreal e inconsciente, uma arte que se liberta de qualquer lógica e razão. À frente do seu tempo, a vila surgiu antes mesmo do Manifesto Surrealista, publicado na França em 1924.

E o surrealismo da obra chamou a atenção de toda a população da cidade. Leões da babilônia guardavam a entrada da mansão, ao lado de estátuas trazidas do teatro, enquanto colunas de estilo romano sustentavam as casas. Vitrais circulares com brasões do antigo império brasileiro ainda são parte da decoração.Tudo muito eclético, sem nenhum tipo de regra ou estilo e dentro de uma topografia totalmente irregular.

Riacho Itororó

A Vila leva este nome por causa do Riacho do Itororó que, canalizado, percorre seu curso abaixo da Avenida 23 de Maio. Suas águas abasteciam a piscina da vila, uma ousadia para a época, já que esta foi a primeira piscina particular da cidade de São Paulo.

História

Vila Itororó PostalApelidado pelos moradores de “Castelo do Bixiga”, a vila era considerada um local chique, onde eram realizados bailes com direito a orquestra e tudo. Mas o proprietário, Francisco de Castro, se afundou em dívidas e seu patrimônio foi tomado por credores.

Aos poucos o local começou a ser invadido e acabou se transformando em um grande cortiço. Com a morte de Castro, na década de 30, a vila foi leiloada e posteriormente doada para o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC).

Nos anos 70 a vila estava muito deteriorada. O SESC planejava comprá-la para criar um centro de convivência cultural, mas processo de compra não deu certo e a degradação continuou de tal forma que em 1996 o HAOC desistiu de cobrar aluguel e abandonou a gestão dos imóveis, que iam ficando cada vez mais destruídos.

Em 2006 a prefeitura declarou que a área era de utilidade pública e em 2009 a justiça deu a posse para o Município da Cidade de São Paulo. O governo indenizou o hospital em 8 milhões de reais.

Começava uma briga com os moradores da Vila Itororó. Eles deveriam desocupar os imóveis até o final de 2010 e seriam transferidos para prédios da CDHU no próprio bairro. A desocupação se concretizou em 2011.

O novo destino da vila seria se tornar um centro cultural e gastronômico. A reforma começou em 2012 e em abril de 2015 ela começou a ser aberta para visitas monitoradas, com o intuito de que a população não só acompanhasse a reforma, mas também que ajudasse a definir o uso do espaço. Em setembro de 2021 a Vila abre suas portas como Centro Cultural da cidade.