MP barra construção irregular em área de nascente do Saracura
Liminar determina que obra deve ser paralisada, sob pena de multa diária
Em 2019 moradores se uniram para denunciar o início da construção de prédio junto à nascente do Rio Saracura, entre as ruas Garcia Fernandes, Dr. Seng e Sílvia. Após a realização de uma avaliação do solo da região e também das leis ambientais, foi criado o coletivo Salve Saracura, onde foi elaborado um documento que foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo para julgamento do caso.
Ontem, dia 17 de novembro, o site do MPSP publicou nota informando sobre a decisão de caráter liminar que suspendeu as autorizações concedidas às empresas Niss Incorporações e Participações e Silvia Empreendimento Imobiliários para construção do empreendimento.
A Promotoria de Justiça de Meio Ambiente determinou que as construtoras sejam impedidas de dar continuidade às obras, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil, e que as edificações já realizadas no local sejam demolidas e os danos ambientais causados sejam reparados.
A promotora Maria Gabriela Ahualli Steinberg, autora do processo, relata na petição que o empreendimento fica no raio de 50 metros de duas nascentes, dentro de Área de Preservação Permanente (APP) e da Grota do Bixiga.
Em tempos em que as maiores lideranças mundiais discutem propostas para frear o aquecimento global que ameaça a raça humana, Rio Saracura agradece a atenção. Diversos empreendimentos estão sendo construídos no bairro da Bela Vista, mas o território também abriga 3 rios da bacia hidrográfica do Anhangabaú, Saracura, Bixiga e Itororó, e mais do que nunca as águas do mundo precisam ser preservadas.