Demônios da Garoa encanta público em comemoração aos 140 anos do Bixiga
No aniversário do Bixiga, que comemora 140 anos neste ano de 2018, a comunidade ganhou de presente uma grande festa no último domingo, 21 de outubro. O grupo Demônios da Garoa fez um belíssimo e empolgante show de aproximadamente 2 horas na rua Rui Barbosa com grande presença da comunidade. Além do grupo, estiveram presentes outras atrações que movimentaram este dia de celebrações ao bairro mais querido e tradicional de São Paulo.
O evento começou às 14h00 e contou com a apresentação da Velha Guarda da Vai-Vai, Musicália, Brasil Tango Internacional, Grupo Madeira de Lei e Banda do Candinho e Mulatas. O Demônios da Garoa tocou clássicos como Saudosa Maloca, Samba do Arnesto, Samba Italiano, Samba no Bixiga, atendendo aos pedidos do público, e levantou a galera com País Tropical e marchinhas de carnaval.
As festividades em comemoração aos 140 anos do Bixiga começaram dia 14 de setembro com uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, em noite de homenagens a personalidades e empresas do bairro. Caminhadas culturais, mostras fotográficas, grafites, passeios ciclísticos e outros eventos já aconteceram nestes 45 dias de comemorações que se encerram dia 01 de novembro em um concurso que vai escolher a Rainha do Bixiga.
Quem teve muitos motivos para comemorar também neste mês foram as crianças do Bixiga. Diversas festas em comemoração ao Dia das Crianças fizeram a alegria dos pequenos, todas com direito a distribuição de brinquedos, doces e muita diversão.
Neste domingo, além dos shows do Festival Bixiga, a UMES apresentou uma Mostra sobre a vida de Pato N’água, primeiro apitador da Vai-Vai, função hoje conhecida como Mestre de Bateria. Esse personagem do Bixiga conduziu a bateria de forma única e marcou a história do samba paulista. Apesar de sua importância, seus registros de vida habitam apenas na cabeça dos que conviveram com ele. Nessa mostra, diversos artistas retratam a imagem do apitador.
A artista plástica Ghiza Rocha, professora e especialista em história da arte e desenho hiper realista, fez grande trabalho de pesquisa e se inspirou na sua infância vivida no Glicério para recriar o apitador. Ela procurou descrever em sua tela o homem intenso e de personalidade forte que a que conheceu pelas histórias contadas, mas que trabalhava com perfeição em oferecer alegria para as pessoas, que é o Carnaval. “Procurei me sintonizar com a história e retratar Pato N’água com o queixo erguido e a dignidade no olhar”, conta Ghiza.
Na terça-feira, 1º de outubro de 1878, as terras do Bixiga receberam a visita do imperador D. Pedro II, que colocou em nosso bairro a pedra fundamental que daria início às obras da Santa Casa de Misericórdia. O português Antônio José Leite Braga doou parte de seu terreno para a construção de um hospital como forma de agradecimento à cidade que tão bem o acolheu. A obra acabou não sendo iniciada, mas a partir deste evento lotes de terras baratos começaram a ser vendidos, principalmente para imigrantes italianos, dando forma à nossa comunidade. São 140 anos de história do bairro mais tradicional de São Paulo.
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